domingo, 4 de abril de 2010

Esporte Extremo - Ecalada do Dedo de Deus!

Estávamos eu, Makoto, o repórter da Rede Globo Clayton Conservani e o Base Jumper Sabiá prontos as 7 da matina do dia 23 de março para a escalada do Dedo de Deus em Teresópolis, Rio de Janeiro.
Nossa intenção era escalar a via Maria Cebola, um etinerário tecnicamente fácil de 3º grau, porém bem exaustivo, o qual marcou historicamente o início da escalada técnica no Brasil em 1912. A previsão era de chegada por volta das 13h e o Sabiá faria um salto de Wing-Suit saindo do cume.
Equipamento técnico de escalada, duas cordas, comida, muita água, câmeras, microfones, câmeras de capacete, wing-suit, paraquedas, etc... Vocês não imaginam como estávamos carregados e tudo isso "atrapalhou" de certa forma nossa progressão.
A via constitui-se de muito "trepa mato", "escalaminhada", trechos longos em cabos e aço e pra ser bem sincero, escalada mesmo, aquela de rocha pura, basicamente apenas já perto do cume.
Eu já esperava um progressão lenta, porém a trilha muito extenuante, com paradas frequentes para fazer imagens, gravações de audio e comunicação com a equipe na base, realmente nos retardou mais do que o esperado. Desta forma aquela previsão de "tempo bom" não durou muito e a entrada de mal tempo, típico desta época do ano, nos surpreendeu com uma forte tormenta já a pouco metros do cume.
Apesar da quantidade de água e vento, a tempestade não foi nenhum bicho de sete cabeças, nossa preocupação maior era descer em segurança os dois integrantes de menor experiência. Claro que estávamos empulerados num para-raio natural, portanto não era muito confortável nossa situação, mas nada que uma descida rápida e consciente não resolvesse...
Enfim, tirando um pouco do exagero típico na "dramatização" da Rede Globo, a escalada foi um show e ficou o gostinho de voltar para fazer cume numa próxima investida. De qualquer forma, e apesar de não completarmos a missão, a reportagem foi ao ar no Esporte Espetacular deste domingo e vale apena conferir as imagens lindas deste cartão postal carioca!
Um grande abraço a todos os amigos que ligaram, mandaram mensagens e cumprimentos neste dia! Alê Silva.

8 comentários:

  1. Pode pôr meu nome nessa lista!!!
    Cotton

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  2. Assisti a reportagem no Esporte Espetacular e fiquei me perguntando se uma escalada com duas pessoas inexperientes, outra que nunca havia escalado o Dedo, além de uma cordada com 4 participantes ao invés de duas duplas e saindo para a trilha as sete da manhã, não foi um tanto quanto imprudente, penso que deveriam ter chegado à base este horário(7hrs), e dividido a equipe em duas duplas, para no mínimo atenuar os riscos e agilizar a subida...não é uma crítica mas uma observação, às vezes a diferença entre uma boa história e uma tragédia se resume a isso.
    Abraços.
    Dudu.

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  3. Acho que foi imprudência e amadorismo, no mínimo deveriam ter consultado alguém com mais experiência nas montanhas do Rio de janeiro.

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  4. Prezados leitores do Blog,
    antes de mais nada gostaria que todos entendessem que a mesma história pode ser contada de diversas formas e tenham certeza que a intenção da equipe de edição, locução e produção da Globo era de fazer da escalada uma grande "novela".
    Éramos 2 montanhistas experientes "levando" outros dois "turistas" num passeio. De forma alguma poderíamos separar as cordadas como sugerido. Eu guiei as enfiadas, com os dois "turistas" no meio de corda e o Makoto fechando a cordada. Tudo estava sob absoluto controle e realizado com toda a segurança, inclusive após iniciada a tormenta durante toda a descida. Quantas vezes eu iniciei e abortei uma escalada por motivo de chuva, principalmente nesta época do ano. Não foi a primeira e com certeza não será a última.
    Rebatendo a última crítica: Se para ser prudente e profissional eu tiver que "contratar" um guia local a cada nova escalada que realizar, realmente prefiro mudar de esporte, pois deixarei de ser um montanhista e passarei a ser mais um "turista de aventura".
    Um dos grandes "atrativos" do montanhismo, para não dizer o maior, é justamente desbravar o desconhecido, explorar, entrar nas roubadas e ter experiência e sangue frio para controlar as adversidades e sair delas, e então curtir o prazer da conquista.
    Boas escaladas!

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  5. Se o Makoto e o Ale não tem experiência para guiar o Clayton e o Sabiá (que já escalou o Dedo) quem tem?

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  6. Alê,
    O Eiki me avisou e acabei de ver a reportagem.
    Show! Valeu a tentativa! Na próxima vc faz cume, aposto!
    Comentários:
    1 - Desde qdo vc é paulista??? Não nega a raça carioca q é feio... ; )
    2 - Vc nunca vai me ver fazendo essa via... Nunquinha!
    Avisa qdo tiver no Rio.
    Bjs!
    Pri.

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  7. Boa tarde pessoal.
    Em momento algum quis questionar a experiência dos escaladores envolvidos e também o fato de levarem dois "turistas" na brincadeira, apenas achei imprudente pela conjuntura dos fatos.
    O horário da partida na trilha a meu ver foi um pouco tardio, sendo que já se sabia que seria feito uma cordada com 4 pessoas, fato que atrasa absurdamente uma cordada, se tudo corresse perfeitamente bem eles deveriam levar aproximadamente 2 hrs na trilha, 4 subindo, 1 no cume, 3 para rapelar e mais outras 2 para voltar, portanto à noite, isto aliado à data escolhida(março é um dos meses mais chuvosos do ano) e ao fato do local ser de difícil acesso ao resgate, fez com que eu formasse esta opinião.
    Analisando os fatos friamente, continuo achando que deveria ter sido abortada.
    Concordo que a novela que a Rede Globo montou, não ajudou em nada, porém foi por causa disso que meu domingo inteiro foi de: "Tá vendo, quantas vezes já não falei que escalar é arriscado e blá, blá, blá".
    Abraços.

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  8. Achei interessante ouvir o outro lado da história.

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