quarta-feira, 15 de abril de 2009

Overbolting = Auto-Top Rope


Mais uma vez neste fim de semana o “overbolting”, ou excesso de proteções numa via, foi um dos tópicos tratados durante o seminário de mínimo impacto no complexo do Baú. Tenho visto também em alguns fóruns a preocupação com esta prática por alguns escaladores, dentre os quais me incluo, e de apoio por outros. Os que defendem as vias cheias de chapeletas a cada 1,2 ou 1,5 metro, certamente tem seus argumentos: a via é muito difícil, é uma via para iniciantes, eu quero escalar com segurança, não quero passar medo ou me machucar. O outro grupo que defende paredes mais limpas, geralmente argumenta que é uma maior agressão à rocha, que tal prática fere justamente a política de mínimo impacto e que de certa forma tira aquele friozinho na barriga inerente a escalada guiada. Claro que cada caso é um caso, que cada local tem características distintas e isso varia também de acordo com o tipo e estilo da via, porém gostaria de compartilhar um ponto de vista dado por um escalador americano, o qual não me lembro o nome, e que li numa coluna muitos anos atrás. [ “Self-top-roping” Me preocupa as novas gerações de escaladores extremamente esportivos que procurando linhas difíceis, acabam colocando chapeletas tão próximas umas das outras, que ao escalar a via, você literalmente nunca se encontra em posição de guia, uma vez que com a chapeleta ainda na altura da cintura, já alcançamos no esticar do braço a próxima proteção. Ou seja, se sempre ao ter uma proteção na altura da cintura, pudermos efetuar a próxima proteção, é como se estivéssemos levando nosso top rope para cima. É a típica prática do AUTO-TOPROPE. ] Se até o grau de uma escalada é subjetivo, imagine então chegar numa regra matemática para equilibrar distância de proteções X grau da via. Não existe certo e errado nessa história, mas antes de abrir sua próxima via pense nisso... - Se dê a chance de guiar efetivamente. - Impacte menos o meio ambiente, fure menos. - Polua menos visualmente sua falésia preferida. - Curta o friozinho na barriga da possibilidade de uma pequena queda. Afinal se você se “auto-toproupar” o tempo todo, então pra que gastar tanto numa corda dinâmica? Pense a respeito! Boas escaladas!

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